13 A Sorte do Azar

Caros amigos, clientes, fornecedores, concorrentes e afins, “Coitadas!”, estarão a pensar, “Que azar fazerem 13 anos num dos anos mais azarados da história da humanidade!” Pois, é verdade, desse facto histórico não nos livramos. Hoje fazemos 4749 dias, 678 semanas, 156 meses, 13 anos, porra! E temos de celebrar este dia num cenário de “balas”, mas “sem bolinhos”, numa luta cega contra o “inimigo invisível”, onde os clientes caem que nem tordos e os parceiros desertam.
Mas não se enganem. Podemos ser bombardeadas de todos os lados, levar com uma bala perdida, ser forçadas a rastejar e pedir abrigo…. Parar, nunca! Lambemos as feridas com cuspe e rastejamos em frente.
13 é só um número. E porque é nosso, bora lá a dar cabo dele, tirando o melhor dos dois: o 1 é coragem, iniciativa e disposição para correr riscos; o 3 é autoconfiança e otimismo para acreditar no melhor da vida. Balelas? Não, é simplesmente o nosso jeito de estar na vida e de continuar a ser e a fazer diferente. Cada uma no seu canto, num trabalho de introspeção silenciosa, preparamos o futuro da melhor forma que sabemos.

“Eles não sabem, nem sonham, que o sonho comanda a vida.” Mas eu sei que a criatividade extrapola o sonho.
É tempo de sentar, meditar, inspirar e expirar. Ou simplesmente deixar a natureza falar… E ler, muito. Escolhi 13 livros essenciais para o meu equilíbrio mental e criativo: MUDE, pois esta é a oportunidade certa para finalmente o fazermos; GARFIELD porque me faz rir; OUTONO porque o desenhámos com carinho, VINTE MIL LÉGUAS SUBMARINAS e THE GREAT GATSBY, clássicos para rever; DITOS BURRIQUITOS porque me foi oferecido há muito por um artista amigo e ainda não tinha tido tempo de ler; HISTORY OF FILM porque, sim, sou viciada em filmes; DISEÑO DE INVITACIONES e DICIONÁRIO DE TERMOS ALFARRABÍSTICOS para ativar o conhecimento técnico; AS CINCO COISAS QUE NÃO PODEMOS MUDAR, dicas de superação para males que nos caem no colo; O MUNDO EM QUE VIVI e O PORQUÊ DA VIDA para uma reflexão do espírito. Por fim, e pela ironia do destino, NINGUÉM ESTÁ SOZINHO. Estamos isolados, mas juntos no mesmo sonho, ora bolas!

REGINA

Chá ou café, quente ou frio, pouco me importa! Só preciso que seja forte, genuíno e delicioso. Trouxe para casa os hábitos da equipa e, ao longo do dia, escolho a melhor companhia para o meu humor em cada momento: o CAFÉ MATINAL desperta todos os sentidos; o CHÁ DETOX queima as energias negativas; o CAFÉ COM LEITE é perfeito para misturar conceitos; o poderoso CAFÉ EXPRESSO descodifica qualquer briefing; o LONG BREAK ou AMERICANO dá-me tempo para criar; o CHÁ VERDE liberta todas as toxinas do lanche das cinco; o CHÁ PRETO dá-me força para continuar; o CAPPUCCINO é a desculpa certa para dois dedos de conversa com a minha gata; o CHÁ DE HORTELÃ refresca-me as ideias; o caloroso MOCHA adoça-me os pensamentos; o biológico CHÁ DE LIMONETE faz-me mais positiva; e, por fim, o CHÁ DE CAMOMILA relaxa-me depois de um dia de trabalho. 13 néctares viciantes que me deixam bêbada de alegria, pois, no final, sei que vai ficar tudo bem!  

INÊS

Para ser feliz só preciso de um pedaço de papel e uma caneta. Ai de quem me tire a capacidade de escrever e desenhar! Não conseguiria desempenhar o meu papel de designer sem um papel à altura de cada situação: rabisco ideias no RECICLADO; gasto o IOR para impressões a preto e branco; o COUCHE MATE deixo para os clientes que se querem modernos e o COUCHE BRILHO para todos os outros que querem luxo barato; nas caixas uso o CANELADO; para um acabamento artístico opto pelo KRAFT; as provas de cor em papel FOTOGRÁFICO; o papel FINE ART seduz-me pelas cores e texturas sem fim; o papel JORNAL é único para o seu propósito; o papel de PAREDE para layouts em grande; o papel VEGETAL para trabalhos técnicos; o papel TRANSFER para objetos. Por fim, o PAPEL HIGIÉNICO, verdadeiro companheiro de todos os dias e que no momento eclipsa todos os outros. Na sua simplicidade básica, lembra-nos que nada adianta desperdiçar sofrimento e preocupação por um futuro que ainda não chegou, pois é como fazer design num rolo de papel higiénico e limpar o dito cujo com as ideias mais nobres. Vamos lá a desempenhar um papel positivo!

ANA

O maior presente que posso dar a alguém, é o tempo que lhe dedico. E o meu tempo de dedicação a comunicar e a desenhar continua, à distância de um pixel.
07h13 é tempo para despertar, lembra o meu gato Gaspar com uma lambidela; 08h13 exercito o corpo porque o esqueleto não foi feito para estar sempre sentado; 09h13 começo o dia com um novo projeto; 10h13 a vizinha bate-me à janela a pedir açúcar; 11h13 reunião por videochamada com a equipa; 12h13 retomo o desenho de um site; 13h00 pausa para uma salada de grão de bico e abacate; 14h13 cliente telefona com uma urgência; 15h13 releio o briefing e trabalho criatividade; 16h13 o carteiro toca duas vezes à porta; 17h13 tempo para mim e a minha água aromatizada 18h13 envio uma proposta e atualizo o planeamento; 19h13 tempo para a família.
Diz a sabedoria popular que para grandes males, grandes remédios. E o melhor remédio é dar tempo ao tempo. Cada segundo é tempo para mudar tudo, e para melhor.  

JULIANA

OBRIGADA A TODOS OS QUE CONTINUAM A ACREDITAR EM NÓS…
E OS QUE NÃO ACREDITAM, AZAR!

Até já.

Uma série de quarentenas

Tudo está estranho! O trabalho, as filas para o supermercado, o convívio com os amigos, o ginásio online… Por mais que nos custe, o distanciamento social é a chave para esta pandemia. Mas, cá entre nós, quando tudo voltar ao normal algumas pessoas bem que podiam manter a distância de 2 metros (mesmo sem vírus)…

Achavas que ficar em casa era sinónimo de paraíso? Era agora que irias ler aquele livro, fazer mais exercício, restaurar aquela cadeira e aprender a tocar guitarra… Mas, depois de levar com a choradeira do puto, cozinhar e fazer 5 máquinas de lavar num só dia, qualquer paraíso se transforma num verdadeiro inferno e a rotina do escritório já dá saudades!

“Assaltamos” as prateleiras do supermercado por ele. É também para ele que nos viramos em momentos de mais “aflição”. Seja de jornal, carta, folheto de supermercado, folha para os miúdos desenharem ou papel higiénico, é nesta altura que lhe damos a sua verdadeira importância.

“Uma mão lava a outra”…e com as duas damos cabo do inimigo! Cada lavagem é como uma facada no Covid. É o crime perfeito e que, neste caso, não tem julgamento ou prisão, apenas água e sabão – as armas perfeitas para uma execução “limpa”.

Arrasta a perna direita, depois a esquerda. Entre arrastamentos vai um grunhido. Estendemos os braços e lentamente alcançamos a tão almejada porta… do frigorífico! Quando a fome ataca, entramos em modo zombie e o estrago é completo. Quem sofre são as nossas dispensas e frigoríficos, que são dizimados nestes ataques fulminantes!

A cozinha passou a refeitório. A sala a ginásio. O quarto agora é escritório. A varanda alberga o pavilhão C, onde há aulas de Português. Em tempos de quarentena, os espaços adaptam-se e só temos de rezar para que o cão não ladre, o filho não chame e o vizinho não grite, enquanto estamos em conference call!

Dica: clica no link abaixo e entra no espírito, ao som de cada série:
https://www.youtube.com/watch?v=evf-U8he-6o&list=PLrRwF9_dIWUqrPAtXYo8jpd8FdOqNeeqp

Porque é o nosso dia…

Como designers gráficos, já ouvimos de tudo. Os nossos familiares, amigos e clientes parecem que não sabem bem o que fazemos. Mas na Red não é muito complicado explicar. Porque fazemos de TUDO! Mas para outros colegas de profissão a coisa pode ser mais complicada…